Contatos com o além

Contatos com o além

Cidade em Nova York reúne fiéis à procura de contato com os mortos; conheça

Lily Dale é conhecido por ter mais de 50 médiuns que dizem se comunicar com os mortos e reúne mais de 20 mil pessoas anualmente

https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/vlcsnap-2023-04-05-12h39m54s964.png?w=1220&h=674&crop=1Reprodução/CNNi

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Se você tivesse a chance de falar com um ente querido que morreu, você falaria?

No interior de Nova York – o estado, não a cidade – há um lugar chamado Lily Dale, onde há 140 anos existe um acampamento com mais de 50 médiuns que dizem se comunicar com os mortos.

Anualmente, 20 mil pessoas se reúnem na cidade para tentar entrar em contato com uma pessoa amada que já se foi. Mas o movimento não é novidade. Esse tipo de espiritualismo começou ainda na era vitoriana, entre 1837 e 1901, quando um grupo de mulheres disse ouvir sons do além. Desde então, surgiram sessões e fotografias espíritas, entre outros tipos de contato com o pós-morte.

Desde então, críticos expuseram certos médiuns como impostores, mas os fiéis nunca deixaram de acreditar. Especialmente aqueles que

precisam de respostas que apenas os mortos podem dar

 

Como alguém se torna médium

https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/vlcsnap-2023-04-12-16h50m50s720.png?w=1024Sharon e o irmão, cuja morte a fez ir atrás da mediunidade. / Reprodução/CNN

CNN visitou Lily Dale e conversou com uma das médiuns da região, Sharon, que disse que há pessoas que são assim por natureza: “É mais algo que você compreende e desenvolve do que algo que você se torna”, explicou. “Mas acho que qualquer um é capaz de aprender”.

Se comunicar com o além não é lá uma carreira muito comum, mas ela sentia que tinha uma vocação. “Começou há muito tempo, nos anos 1980”, relatou à CNN. “Eu perdi meu irmão, ele cometeu suicídio. Eu acho que, em alguns casos, o trauma ou um acontecimento importante desperta isso em nós”.

Ela foi até a cidade “espiritual” aprender o que chamam de “desenvolvimento”: a apuração dos sentidos para identificar outra dimensão. Lá, médiuns passam por um teste rigoroso para demonstrar aptidão em falar com espíritos à assembleia do local. “É uma prova de que a vida continua após a morte”, afirma Sharon.

https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/vlcsnap-2023-04-12-16h51m02s403.png?w=1024Médiuns de Lily Dale apuram seus sentidos no chamado “desenvolvimento”, onde precisam provar suas habilidades. / Reprodução/CNN

Para Sharon, a sensação de se comunicar com o pós-morte é como um pensamento, uma imagem, ou ainda uma sensação: “Eu recebo uma imagem que às vezes é muito nítida, às vezes é só uma impressão. Todos recebemos informações o tempo todo, a diferença está no que prestamos atenção”, relata.

A busca por respostas

https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/vlcsnap-2023-04-12-16h51m48s786.png?w=1024Joe acabou se tornando alcóolatra assim como o pai, Tony, e morreu em um acidente de carro. / Reprodução/CNN

CNN conversou com Tony, um visitante de Lily Dale que foi até a cidade após ser convencido pela namorada. Ele decidiu dar uma chance aos médiuns por conviver há anos com uma dúvida e culpa que o consome.

Tudo começou décadas atrás, quando ele tinha uma família de classe média sem muitos problemas, mas, após 13 anos de casamento, ele e a esposa decidiram se separar. Com o divórcio, Tony passou a exagerar na dose da bebida a ponto de colocar o álcool em primeiro lugar, e a família em segundo.

Seu filho Joe viu tudo acontecer e acabou seguindo seus passos. Com apenas 14 anos de idade, passou a beber também. Pelos próximos 12 anos, assim como o pai, não conseguiu parar. Eles tentaram consertar sua relação indo juntos ao Alcoólicos Anônimos, mas as reuniões ajudaram Tony a ficar sóbrio, não Joe.

Até que, um dia, Tony estava saindo de casa para trabalhar quando recebeu uma ligação da sua ex-esposa. Ela falou algo que ele nunca esqueceu: “Joe sofreu um acidente hoje. Ele não sobreviveu”.

Em 21 de abril de 2010, aos 26 anos de idade, Joe pegou o carro no meio da noite. Estava dirigindo rápido demais em uma rua, não conseguiu fazer uma curva e bateu numa barragem. O carro que ele estava dirigindo voou, atingiu o quarto andar de um prédio residencial e explodiu.

Encontraram drogas e álcool no corpo, mas apenas um pouco acima do limite permitido. O pensamento que predomina na mente de Tony é se o acidente foi intencional ou não, e ele se sente culpado por tudo desde então.

“Eu tenho muita, muita… dificuldade com isso. Eu realmente não sei. É algo que preciso descobrir”, lamenta.

 

 

Por dentro de uma sessão

https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/vlcsnap-2023-04-12-16h48m18s058.png?w=1024Tony foi até uma médium em Lily Dale à procura de respostas sobre a morte do filho, Joe. / Reprodução/CNN

Em Lily Dale, Tony foi a uma sessão com Willa White, uma das médiuns mais jovens do local. Em uma pequena sala iluminada apenas por um abajur, Willa começou uma oração para convidar os espíritos.

A primeira pessoa com quem ela consegue contato é a mãe de Tony, que, segundo Willa, está orgulhosa do filho. Momentos depois, ela revela: “Tem um garoto também”.

A médium descreve o sorriso e a personalidade da pessoa com quem está em contato. “Ele desafia limites. É o tipo de pessoa que fala as coisas e consegue se safar. Ele realmente pôs o amor incondicional à prova. É como se falasse ‘Você me ama agora? Olha só o que eu fiz!’”.

A emoção toma conta de Tony, especialmente quando Willa fala “por que sinto que o corpo foi atingido? Como se o corpo tivesse sofrido um impacto. E sinto que estou lá em cima. Do que se trata?. Após descobrir sobre o acidente de carro, Willa confidencia: “Eu percebi uma coisa ao longo dos anos. As pessoas tendem a morrer da mesma forma que vivem. Ele vivia perigosamente”.

A médium diz que consegue sentir como Joe era propenso a excessos e tinha problemas químicos. “Sinto isso impregnado em mim. Ele estava sob efeito de drogas, não estava tomando boas decisões”, descreve.

“A morte dele não foi intencional?”, pergunta Tony.

“Não intencional propriamente dito”, responde a médium. “Ele se achava capaz de tudo.”

Tony, enfim, consegue a resposta ao que há anos causa dúvidas nele. Willa também tira um momento para aliviar a culpa do pai. “Você não estava errado em repreendê-lo por essas coisas”, diz. “Você não sabia a gravidade daquilo, por isso se sente mal. E sinto que é algo que ele sente um arrependimento profundo por nunca estar disposto a te ouvir. O triste é que ele reconhece que machucou muita gente com tudo isso, e se sente muito mal”.

Tony é apenas uma das pessoas com quem a jornalista Lisa Ling conversou em sua visita à Lily Dale. No episódio de estreia de This is Life com Lisa Ling, ela conversou com vários fiéis que se hospedaram no local à procura de respostas.

Cidade em Nova York reúne fiéis à procura de contato com os mortos; conheça

Lily Dale é conhecido por ter mais de 50 médiuns que dizem se comunicar com os mortos e reúne mais de 20 mil pessoas anualmente

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Se você tivesse a chance de falar com um ente querido que morreu, você falaria?

No interior de Nova York – o estado, não a cidade – há um lugar chamado Lily Dale, onde há 140 anos existe um acampamento com mais de 50 médiuns que dizem se comunicar com os mortos.

Anualmente, 20 mil pessoas se reúnem na cidade para tentar entrar em contato com uma pessoa amada que já se foi. Mas o movimento não é novidade. Esse tipo de espiritualismo começou ainda na era vitoriana, entre 1837 e 1901, quando um grupo de mulheres disse ouvir sons do além. Desde então, surgiram sessões e fotografias espíritas, entre outros tipos de contato com o pós-morte.

Desde então, críticos expuseram certos médiuns como impostores, mas os fiéis nunca deixaram de acreditar. Especialmente aqueles que

precisam de respostas que apenas os mortos podem dar

 

Como alguém se torna médium

https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/vlcsnap-2023-04-12-16h50m50s720.png?w=1024Sharon e o irmão, cuja morte a fez ir atrás da mediunidade. / Reprodução/CNN

CNN visitou Lily Dale e conversou com uma das médiuns da região, Sharon, que disse que há pessoas que são assim por natureza: “É mais algo que você compreende e desenvolve do que algo que você se torna”, explicou. “Mas acho que qualquer um é capaz de aprender”.

Se comunicar com o além não é lá uma carreira muito comum, mas ela sentia que tinha uma vocação. “Começou há muito tempo, nos anos 1980”, relatou à CNN. “Eu perdi meu irmão, ele cometeu suicídio. Eu acho que, em alguns casos, o trauma ou um acontecimento importante desperta isso em nós”.

Ela foi até a cidade “espiritual” aprender o que chamam de “desenvolvimento”: a apuração dos sentidos para identificar outra dimensão. Lá, médiuns passam por um teste rigoroso para demonstrar aptidão em falar com espíritos à assembleia do local. “É uma prova de que a vida continua após a morte”, afirma Sharon.

https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/vlcsnap-2023-04-12-16h51m02s403.png?w=1024Médiuns de Lily Dale apuram seus sentidos no chamado “desenvolvimento”, onde precisam provar suas habilidades. / Reprodução/CNN

Para Sharon, a sensação de se comunicar com o pós-morte é como um pensamento, uma imagem, ou ainda uma sensação: “Eu recebo uma imagem que às vezes é muito nítida, às vezes é só uma impressão. Todos recebemos informações o tempo todo, a diferença está no que prestamos atenção”, relata.

A busca por respostas

https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/vlcsnap-2023-04-12-16h51m48s786.png?w=1024Joe acabou se tornando alcóolatra assim como o pai, Tony, e morreu em um acidente de carro. / Reprodução/CNN

CNN conversou com Tony, um visitante de Lily Dale que foi até a cidade após ser convencido pela namorada. Ele decidiu dar uma chance aos médiuns por conviver há anos com uma dúvida e culpa que o consome.

Tudo começou décadas atrás, quando ele tinha uma família de classe média sem muitos problemas, mas, após 13 anos de casamento, ele e a esposa decidiram se separar. Com o divórcio, Tony passou a exagerar na dose da bebida a ponto de colocar o álcool em primeiro lugar, e a família em segundo.

Seu filho Joe viu tudo acontecer e acabou seguindo seus passos. Com apenas 14 anos de idade, passou a beber também. Pelos próximos 12 anos, assim como o pai, não conseguiu parar. Eles tentaram consertar sua relação indo juntos ao Alcoólicos Anônimos, mas as reuniões ajudaram Tony a ficar sóbrio, não Joe.

Até que, um dia, Tony estava saindo de casa para trabalhar quando recebeu uma ligação da sua ex-esposa. Ela falou algo que ele nunca esqueceu: “Joe sofreu um acidente hoje. Ele não sobreviveu”.

Em 21 de abril de 2010, aos 26 anos de idade, Joe pegou o carro no meio da noite. Estava dirigindo rápido demais em uma rua, não conseguiu fazer uma curva e bateu numa barragem. O carro que ele estava dirigindo voou, atingiu o quarto andar de um prédio residencial e explodiu.

Encontraram drogas e álcool no corpo, mas apenas um pouco acima do limite permitido. O pensamento que predomina na mente de Tony é se o acidente foi intencional ou não, e ele se sente culpado por tudo desde então.

“Eu tenho muita, muita… dificuldade com isso. Eu realmente não sei. É algo que preciso descobrir”, lamenta.

 

 

Por dentro de uma sessão

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Em Lily Dale, Tony foi a uma sessão com Willa White, uma das médiuns mais jovens do local. Em uma pequena sala iluminada apenas por um abajur, Willa começou uma oração para convidar os espíritos.

A primeira pessoa com quem ela consegue contato é a mãe de Tony, que, segundo Willa, está orgulhosa do filho. Momentos depois, ela revela: “Tem um garoto também”.

A médium descreve o sorriso e a personalidade da pessoa com quem está em contato. “Ele desafia limites. É o tipo de pessoa que fala as coisas e consegue se safar. Ele realmente pôs o amor incondicional à prova. É como se falasse ‘Você me ama agora? Olha só o que eu fiz!’”.

A emoção toma conta de Tony, especialmente quando Willa fala “por que sinto que o corpo foi atingido? Como se o corpo tivesse sofrido um impacto. E sinto que estou lá em cima. Do que se trata?. Após descobrir sobre o acidente de carro, Willa confidencia: “Eu percebi uma coisa ao longo dos anos. As pessoas tendem a morrer da mesma forma que vivem. Ele vivia perigosamente”.

A médium diz que consegue sentir como Joe era propenso a excessos e tinha problemas químicos. “Sinto isso impregnado em mim. Ele estava sob efeito de drogas, não estava tomando boas decisões”, descreve.

“A morte dele não foi intencional?”, pergunta Tony.

“Não intencional propriamente dito”, responde a médium. “Ele se achava capaz de tudo.”

Tony, enfim, consegue a resposta ao que há anos causa dúvidas nele. Willa também tira um momento para aliviar a culpa do pai. “Você não estava errado em repreendê-lo por essas coisas”, diz. “Você não sabia a gravidade daquilo, por isso se sente mal. E sinto que é algo que ele sente um arrependimento profundo por nunca estar disposto a te ouvir. O triste é que ele reconhece que machucou muita gente com tudo isso, e se sente muito mal”.

Tony é apenas uma das pessoas com quem a jornalista Lisa Ling conversou em sua visita à Lily Dale. No episódio de estreia de This is Life com Lisa Ling, ela conversou com vários fiéis que se hospedaram no local à procura de respostas.

Cidade em Nova York reúne fiéis à procura de contato com os mortos; conheça

Lily Dale é conhecido por ter mais de 50 médiuns que dizem se comunicar com os mortos e reúne mais de 20 mil pessoas anualmente

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No interior de Nova York – o estado, não a cidade – há um lugar chamado Lily Dale, onde há 140 anos existe um acampamento com mais de 50 médiuns que dizem se comunicar com os mortos.

Anualmente, 20 mil pessoas se reúnem na cidade para tentar entrar em contato com uma pessoa amada que já se foi. Mas o movimento não é novidade. Esse tipo de espiritualismo começou ainda na era vitoriana, entre 1837 e 1901, quando um grupo de mulheres disse ouvir sons do além. Desde então, surgiram sessões e fotografias espíritas, entre outros tipos de contato com o pós-morte.

Desde então, críticos expuseram certos médiuns como impostores, mas os fiéis nunca deixaram de acreditar. Especialmente aqueles que

precisam de respostas que apenas os mortos podem dar

 

Como alguém se torna médium

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CNN visitou Lily Dale e conversou com uma das médiuns da região, Sharon, que disse que há pessoas que são assim por natureza: “É mais algo que você compreende e desenvolve do que algo que você se torna”, explicou. “Mas acho que qualquer um é capaz de aprender”.

Se comunicar com o além não é lá uma carreira muito comum, mas ela sentia que tinha uma vocação. “Começou há muito tempo, nos anos 1980”, relatou à CNN. “Eu perdi meu irmão, ele cometeu suicídio. Eu acho que, em alguns casos, o trauma ou um acontecimento importante desperta isso em nós”.

Ela foi até a cidade “espiritual” aprender o que chamam de “desenvolvimento”: a apuração dos sentidos para identificar outra dimensão. Lá, médiuns passam por um teste rigoroso para demonstrar aptidão em falar com espíritos à assembleia do local. “É uma prova de que a vida continua após a morte”, afirma Sharon.

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Para Sharon, a sensação de se comunicar com o pós-morte é como um pensamento, uma imagem, ou ainda uma sensação: “Eu recebo uma imagem que às vezes é muito nítida, às vezes é só uma impressão. Todos recebemos informações o tempo todo, a diferença está no que prestamos atenção”, relata.

A busca por respostas

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CNN conversou com Tony, um visitante de Lily Dale que foi até a cidade após ser convencido pela namorada. Ele decidiu dar uma chance aos médiuns por conviver há anos com uma dúvida e culpa que o consome.

Tudo começou décadas atrás, quando ele tinha uma família de classe média sem muitos problemas, mas, após 13 anos de casamento, ele e a esposa decidiram se separar. Com o divórcio, Tony passou a exagerar na dose da bebida a ponto de colocar o álcool em primeiro lugar, e a família em segundo.

Seu filho Joe viu tudo acontecer e acabou seguindo seus passos. Com apenas 14 anos de idade, passou a beber também. Pelos próximos 12 anos, assim como o pai, não conseguiu parar. Eles tentaram consertar sua relação indo juntos ao Alcoólicos Anônimos, mas as reuniões ajudaram Tony a ficar sóbrio, não Joe.

Até que, um dia, Tony estava saindo de casa para trabalhar quando recebeu uma ligação da sua ex-esposa. Ela falou algo que ele nunca esqueceu: “Joe sofreu um acidente hoje. Ele não sobreviveu”.

Em 21 de abril de 2010, aos 26 anos de idade, Joe pegou o carro no meio da noite. Estava dirigindo rápido demais em uma rua, não conseguiu fazer uma curva e bateu numa barragem. O carro que ele estava dirigindo voou, atingiu o quarto andar de um prédio residencial e explodiu.

Encontraram drogas e álcool no corpo, mas apenas um pouco acima do limite permitido. O pensamento que predomina na mente de Tony é se o acidente foi intencional ou não, e ele se sente culpado por tudo desde então.

“Eu tenho muita, muita… dificuldade com isso. Eu realmente não sei. É algo que preciso descobrir”, lamenta.

 

 

Por dentro de uma sessão

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Em Lily Dale, Tony foi a uma sessão com Willa White, uma das médiuns mais jovens do local. Em uma pequena sala iluminada apenas por um abajur, Willa começou uma oração para convidar os espíritos.

A primeira pessoa com quem ela consegue contato é a mãe de Tony, que, segundo Willa, está orgulhosa do filho. Momentos depois, ela revela: “Tem um garoto também”.

A médium descreve o sorriso e a personalidade da pessoa com quem está em contato. “Ele desafia limites. É o tipo de pessoa que fala as coisas e consegue se safar. Ele realmente pôs o amor incondicional à prova. É como se falasse ‘Você me ama agora? Olha só o que eu fiz!’”.

A emoção toma conta de Tony, especialmente quando Willa fala “por que sinto que o corpo foi atingido? Como se o corpo tivesse sofrido um impacto. E sinto que estou lá em cima. Do que se trata?. Após descobrir sobre o acidente de carro, Willa confidencia: “Eu percebi uma coisa ao longo dos anos. As pessoas tendem a morrer da mesma forma que vivem. Ele vivia perigosamente”.

A médium diz que consegue sentir como Joe era propenso a excessos e tinha problemas químicos. “Sinto isso impregnado em mim. Ele estava sob efeito de drogas, não estava tomando boas decisões”, descreve.

“A morte dele não foi intencional?”, pergunta Tony.

“Não intencional propriamente dito”, responde a médium. “Ele se achava capaz de tudo.”

Tony, enfim, consegue a resposta ao que há anos causa dúvidas nele. Willa também tira um momento para aliviar a culpa do pai. “Você não estava errado em repreendê-lo por essas coisas”, diz. “Você não sabia a gravidade daquilo, por isso se sente mal. E sinto que é algo que ele sente um arrependimento profundo por nunca estar disposto a te ouvir. O triste é que ele reconhece que machucou muita gente com tudo isso, e se sente muito mal”.

Tony é apenas uma das pessoas com quem a jornalista Lisa Ling conversou em sua visita à Lily Dale. No episódio de estreia de This is Life com Lisa Ling, ela conversou com vários fiéis que se hospedaram no local à procura de respostas.

 

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